Bombeiros como instrumento de cidadania
O Rotary Club de Torres Vedras organizou mais uma renião com palestra, no passado dia 15, desta vez com a presença de Duarte Caldeira, presidente do conselho executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses, que falou sobre “Associações humanitárias de bombeiros - um instrumento de cidadania”. Presentes como convidados estiveram ainda vários presidentes de Juntas de Freguesia e representantes dos bombeiros e associações de socorros do concelho de Torres Vedras, atendendo ao tema da palestra, assim como representantes de outros clubes rotários, nomeadamente da Amadora e de Lisboa-Centro, e José Augusto de Carvalho, da Escola Nacional de Bombeiros.
Na sua alocução, Duarte Caldeira começou por se referir ao historial das associações humanitárias de bombeiros em Portugal, referindo-se à de Lisboa como a primeira no país. Hoje, só cinco concelhos não possuem associações de bombeiros voluntários, quatro nas regiões autónomas e apenas uma no continente, Castro Marim. Referiu ainda que Portugal é o único país do mundo que possui bombeiros voluntários enquadrados em associações humanitárias (existem noutros países mas dependem de autarquias), existindo apenas uma experiência no Brasil, no estado de Santa Catarina. Duarte Caldeira debitou ainda outros dados sobre os bombeiros, ao revelar que 87 por cento dos serviços de socorro ou emergência no país são garantidos por associações humanitárias, envolvendo um total de 57 mil bombeiros voluntários. São 970 mil serviços e cerca de 400 vidas salvas todos os anos.
“Para além do socorro, é uma questão de cidadania organizada, são os cidadãos auto-organizados”, disse o orador, lembrando que aquelas instituições de utilidade pública têm também uma função cultural e social, através de bandas de música, grupos de teatro e apoio social às populações mais desfavorecidas. “São também instituições de apoio médico”, revelou Duarte Caldeira, referindo-se às 115 associações que têm posto clínico, com dezenas de milhares de consultas e tratamentos disponíveis para as populações. “A relação dos bombeiros com as populações é de solidariedade”, recordou o orador, que lamentou não ser ainda reconhecido o trabalho voluntário em termos de produtividade.
Hoje também existe mais exigência por parte da população relativamente aos bombeiros, disse Duarte Caldeira, sublinhando as mudanças que têm sido operadas nos últimos tempos na sociedade. Por isso, “quando um bombeiro voluntário tem o compromisso de estar de serviço durante a noite, não pode falhar, porque se isso acontecer é a população que está em risco”, advertiu.
Autor:Joaquim Ribeiro
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