A Educação cria esperança no mundo
Em termos formais, a educação básica corresponde à aprendizagem da leitura, da escrita, de operações matemáticas simples, história e compreensão do meio social e natural envolvente. É muito importante esta educação básica chegar a todos, em todo o lado, porque quase um quinto da população mundial adulta é analfabeta, maioritariamente mulheres. E o analfabetismo é causa de pobreza extrema e de infelicidade para muitas pessoas e famílias.
Quando como rotários, porém, nos referimos a educação temos de usar o termo em sentido amplo, que inclui bolsas de estudo, doações e projetos em todo o mundo. Para a The Rotary Foundation entende-se por educação a construção de escolas (v.g. no Afeganistão abriu-se uma escola para meninas), educação de adultos (v.g. existem projetos com este objeto mesmo nos EUA), apoio a formação de alunos e professores em áreas digitais (aconteceu por exemplo no Nepal depois do terramoto), formação de professores (em vários países de África e Ásia), saúde nas escolas, criação de oportunidades escolares para crianças de ruas e em extrema pobreza. Enfim, a educação tem de ser algo mais amplo.
Freire, um controverso, mas reconhecido pedagogo brasileiro, insere o processo de educação em interações pessoais e análise de situações do ambiente social. Ele afirma que “Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso apreendemos sempre.”
Nesta linha, moderadamente, podemos dizer que a educação emerge não apenas da escola, mas da família, dos amigos, do Estado e da sociedade. No universo dos nossos clubes a educação, as bolsas de estudo e os prémios escolares, constitui uma das bandeiras mais reconhecidas do distrito. Temos de lembrar, porém, que a taxa de analfabetismo em Portugal ainda é de 3,9%, mais do dobro da taxa espanhola, e a taxa de abandono escolar tem baixado, mas ainda ronda os 6%. O que fica dito alarga muito as possibilidades de atuação rotária na área da educação, pois preocupações com a educação fora das escolas pode abrir novos horizontes de compreensão e de trabalho.
J. H. Pestalozzi, suíço que viveu há 200 anos, mas cujo pensamento não está desatualizado, descreve o processo educativo como a passagem do estado natural do homem para o estado social e depois para o estado moral. Nesse último estado, o Homem alcança uma vida responsável perante os seus semelhantes e eleva-se a uma dignidade espiritual.
A educação é, de facto, a área mais apta a construir um mundo novo, onde impera a esperança, a paz e a harmonia. Como rotários a nossa intencionalidade na educação deve virar-se para os valores e para a ética da pessoa humana. A educação deve servir para dar origem a pessoas mais felizes, realizadas e com capacidade crítica. Pessoas capazes de ter esperança, criar esperança nos outros e em todo o Mundo.
David Valente
Governador Distrito 1960
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