O padre Vítor Melícias e o investigador Gonçalo Bernardes têm em comum o facto de serem torrienses e foram ambos os convidados para uma palestra no salão dos Bombeiros de Torres Vedras, organizada pelo Rotary Club, no dia 16 de novembro.
Centenas de estudantes das escolas locais encheram por completo a plateia. Escutaram o currículo profissional dos convidados pela voz de Carlos Reis e a moderação da sessão esteve a cargo de António Ferreira Nunes.
«A paz faz a diferença» foi o tema escolhido pelo padre Vítor Melícias para se dirigir aos jovens presentes na audiência. O frade franciscano, atualmente a viver no Convento do Varatojo, apelou à necessidade de se construir a paz nos corações de todos. “Atualmente a paz é feita preparando a guerra”, disse Vítor Melícias, referindo-se ao facto de países investirem em armas alegando com isso que assim conseguem manter a paz. Mas, na sua opinião, “a paz faz-se preparando a paz”.
Usando as mensagens poéticas de dois temas musicais conhecidos do grande público, um de Bob Dylan e outro de John Lennon, o padre Vítor Melícias reforçou que “é preciso que haja coragem para reconhecer que numa guerra não há vencedores, porque vencedores são aqueles que conseguem evitar a guerra”.
Gonçalo Bernardes é professor da Universidade de Cambridge, em Inglaterra, onde lidera uma equipa de investigação. Mas continua a residir em Torres Vedras. A primeira mensagem que transmitiu aos presentes foi precisamente a possibilidade, hoje em dia, de se morar num local e desenvolver a sua atividade profissional nos mais variados locais do mundo.
Aprendeu isso desde muito novo, quando, após a licenciatura em Matemática Aplicada, em Lisboa, foi para Oxford, em Inglaterra, fazer um mestrado em Química Biológica, através do programa Leonardo Da Vinci. A seguir fez o doutoramento em Química Biológica, também em Oxford, e depois foi para o Max--Planck Institute, em Berlim, Alemanha, continuar os estudos.
Pelo meio trabalhou no privado e regressou à vida académica, em Zurique, na Suíça. Em 2013 regressou a Inglaterra para dar au- las em Cambridge. Trabalha também em Portugal, no Instituto de Medicina Molecular de Lisboa.
“Estou sempre a colocar os meus conhecimentos à prova e estou sempre a aprender coisas novas”, disse o investigador, dirigindo-se aos jovens na plateia, num incentivo à constante necessidade de aprender, porque ninguém sabe tudo. “É normal não saber, o que não é normal é não querer aprender”, acrescentou.
Sobre o seu trabalho de investigação, esclareceu que está a desenvolver um tratamento contra o cancro e certos tipos de tumores, de modo a substituir a quimioterapia e a radioterapia, através da administração de um medicamento com anti-corpos, de modo a eliminar as células cancerígenas sem afetar as células saudáveis. O projeto já está na fase de testes em humanos e a indústria farmacêutica já se interessou pelo novo fármaco, o que permite avançar com a investigação.
Jornal Badaladas, Edição de 1 de Dezembro
Rotary International
Rotary Torres Vedras
Apresentação nos 30 anos do Clube
The Rotarian
Torres Vedras
União Europeia
Misericórdias:
Jornais Regionais